ATA DA SEGUNDA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 25-02-2008.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quarenta e seis minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Alex da Banca, Almerindo Filho, DJ Cassiá Gomes, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa e Valdir Caetano. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Neuza Canabarro relatou reunião realizada hoje pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, tendo como tema o convênio para prestação de serviço médico-hospitalar existente entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Porto Alegre. Ainda, atentou para os riscos de ocorrência de um surto de dengue na Cidade, propugnando por ações concretas do Governo Municipal para combate ao mosquito “Aedes aegypti”, agente transmissor dessa doença. Após, foram apregoados Requerimentos de autoria dos Vereadores Mauro Zacher e José Ismael Heinen, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, respectivamente no dia de hoje e no dia vinte e um de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei denunciou o estado de abandono em que, segundo Sua Excelência, se encontra a Barragem da Lomba do Sabão, localizada no Bairro Lomba do Pinheiro. Nesse sentido, afirmou que essa Barragem está coberta pela vegetação e não recebe tratamento adequado, solicitando a mobilização dos Senhores Vereadores para que sejam tomadas as providências necessárias para garantir a qualidade da água do local e evitar riscos à saúde da população. O Vereador Claudio Sebenelo avaliou o trabalho das organizações não governamentais no País, citando Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Congresso Nacional para investigar o repasse de verbas públicas para essas instituições. Sobre o assunto, comentou editorial publicado pelo jornal Folha de São Paulo no dia vinte e três deste mês, intitulado “Convenioduto – Acordos entre Ministério do Trabalho e entidades ligadas ao PDT cercam de graves suspeitas atuação do Ministro Carlos Lupi”. O Vereador Elias Vidal esclareceu os motivos que o levaram a apoiar a candidatura do Vereador Claudio Sebenelo para a 1º Vice-Presidência desta Câmara, tendo em vista a renúncia ao cargo apresentada pela Vereadora Clênia Maranhão e a posse dessa Parlamentar como Secretária Municipal de Coordenação Política e Governança Local. Ainda, registrou sentir-se honrado por sua indicação para assumir a Presidência da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. O Vereador José Ismael Heinen referiu-se a vistorias que vêm sendo realizadas em Porto Alegre por profissionais de saúde, relativas a possíveis focos de propagação do mosquito “Aedes   aegypti”, transmissor da dengue. Além disso, defendeu maior fiscalização na utilização de recursos da União, mencionando verbas destinadas a organizações não governamentais e o uso de cartões de crédito corporativos por agentes públicos. O Vereador Nilo Santos elogiou operação realizada pela Brigada Militar, com a finalidade de coibir a ação de pedintes nas sinaleiras da Cidade e falsos moradores de rua, alegando que tal situação não se configura apenas num problema de falta de assistência social, mas envolve, também, a questão da segurança pública. Nesse contexto, leu matéria publicada no jornal Zero Hora do dia vinte e três de fevereiro do corrente, atinente ao assunto, e referiu-se à solicitação, feita por Sua Excelência, de formação de Comissão nesta Casa para estudar a questão. O Vereador Guilherme Barbosa manifestou-se acerca de entrevista com o Deputado Federal Nelson Proença, publicada na edição de ontem do jornal Zero Hora, na qual são realizadas críticas aos atuais Governos de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Também, formulou questionamentos sobre medidas implantadas na Prefeitura nas áreas de iluminação pública e limpeza urbana, asseverando que modificações nesses setores configuram uma idéia de privatização desses serviços municipais. A seguir, o Senhor Presidente declarou empossados na vereança os Suplentes DJ Cassiá Gomes, do dia de hoje ao dia vinte e nove de fevereiro do corrente, em substituição ao Vereador Dr. Goulart, e Alex da Banca, no dia de hoje, em substituição ao Vereador Mauro Zacher, informando que Suas Excelências integrarão, respectivamente, a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana e a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Na oportunidade, foram apregoadas as seguintes Declarações: firmada pelo Vereador Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do Suplente Márcio Bins Ely em assumir a vereança do dia de hoje ao dia vinte e nove de fevereiro do corrente, em substituição ao Vereador Dr. Goulart; firmada pelo Vereador Mauro Zacher, 1º Vice-Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do Suplente Márcio Bins Ely em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição a Sua Excelência. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador DJ Cassiá Gomes, solicitando Licença Luto no dia vinte e um de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib, elogiando a participação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente em tratativas atinentes a convênio entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Porto Alegre, discursou sobre as atribuições das Comissões Permanentes desta Casa. Ainda, acerca de declarações do Vereador Guilherme Barbosa em Comunicação de Líder, afirmou que detalhes da aplicação do Programa RELUZ na Cidade devem ser melhor conhecidos antes de serem feitas denúncias nesse sentido. Em continuidade, o Vereador Nereu D’Avila apresentou a candidatura do Vereador Claudio Sebenelo para o cargo de 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em Votação Nominal, constatada a existência de quórum, o Vereador Claudio Sebenelo foi eleito para o cargo de 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Alex da Banca, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá Gomes, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Wilton Araújo. Também, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando que os Vereadores Claudio Sebenelo e Elias Vidal passem a integrar, respectivamente, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente e a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Claudio Sebenelo, que agradeceu os Vereadores que se empenharam na indicação de seu nome como 1º Vice-Presidente deste Legislativo, tecendo considerações sobre a importância da Câmara Municipal de Porto Alegre nas relações com a sociedade e afirmando que substituir a Vereadora Clênia Maranhão nesse cargo é uma tarefa de muita responsabilidade. Às quinze horas e cinqüenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia replicou informações do Vereador Guilherme Barbosa, em Comunicação de Líder, relativamente à atuação da Secretaria Municipal de Obras e Viação, fazendo um retrospecto acerca do Programa RELUZ do Governo Federal. Sobre o assunto, pronunciou-se sobre a terceirização de pontos de luz em Porto Alegre, justificando mudanças que estão sendo feitas nessa área, visando a mais economia de recursos públicos e a melhor qualidade de vida da população. Em prosseguimento, a Vereadora Maristela Maffei procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de cópia do Projeto de Lei do Legislativo nº 030/08 (Processo nº 1134/08), de sua autoria. Também, foi apregoado documento de autoria do Vereador Alex da Banca, informando sua desfiliação do Partido Democrático Trabalhista e sua filiação ao Partido da Social Democracia Brasileira. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/06, considerando-se mantido o Veto Total aposto, por dez votos SIM e quinze votos NÃO, após ser discutido pelo Vereador Aldacir Oliboni, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Neuza Canabarro e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Alex da Banca, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá Gomes, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação, foi votado o Projeto de Lei do Legislativo nº 072/07, o qual obteve dezessete votos SIM, após ser discutido pelo Vereador José Ismael Heinen, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Alex da Banca, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá Gomes, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Luiza, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Wilton Araújo, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezessete horas e treze minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito abertura do painel eletrônico para colher as presenças dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras. (Pausa.) (Após a apuração eletrônica.) Há quórum, temos a presença de vinte Srs. Vereadores e Sras Vereadoras.

Aos Srs. Líderes que quiserem usar o tempo: o tempo estará franqueado às Lideranças neste momento. Num segundo momento, solicito que as Lideranças acertem, pois vamos fazer eleição para o 1ª Vice-Presidente da Casa e, depois, Reunião Conjunta para analisarmos o Projeto de empréstimo internacional. Isso tudo antes de entrarmos na Ordem do Dia. Depois, entraremos na Ordem do Dia, e o primeiro Projeto é um Veto, após seguiremos o que foi acordado com as Lideranças.

Então, ratificando: neste primeiro momento, a palavra está à disposição dos Srs. Líderes e das Sras Líderes, depois faremos a eleição da Mesa para o cargo de 1º Vice-Presidente e, após, Reunião Conjunta e Ordem do Dia.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, neste espaço de Liderança queremos comunicar aos Srs. Vereadores e ao público presente que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente está se reunindo desde o dia 12 com uma reunião ordinária e outra extraordinária por semana. Quero agradecer aos Vereadores que têm comparecido e também ao Ver. João Antonio Dib, que, hoje pela manhã, nos acompanhou quando fomos à Secretaria Municipal da Saúde, em uma reunião com o Dr. Marimon, Secretário Adjunto, para o qual levamos dois assuntos.

O primeiro assunto tratado foi a questão do Hospital Porto Alegre, e é de suma importância que todos os Vereadores tenham consciência do que está ocorrendo. O Hospital Porto Alegre atende especificamente o funcionário municipal. A Lei Orgânica do Município diz que cabe ao Executivo oferecer Saúde aos seus funcionários. Ocorre que, Ver. Guilherme Barbosa, o Hospital Porto Alegre foi criado na Administração de Thompson Flores e, com todos os Prefeitos, vinha tendo convênios de quatro ou cinco anos. Bem, depois de Collares, creio que teve ainda uma vez com Olívio Dutra, e acabou que o convênio passou para a duração de dois anos, três anos, até convênios de três meses. Vejam bem, atualmente o convênio é feito a cada seis meses. Como é possível uma entidade planejar, a curto e médio prazo, por um tempo tão exíguo? O convênio está vencido desde 31 de dezembro, trazendo, com isso, uma intranqüilidade para os funcionários e todo o corpo clínico.

Hoje pela manhã, quando lá estivemos - e solicitamos a presença do Ver. João Antonio Dib, que nos acompanhou, que colocou toda a sua bagagem em relação ao Hospital Porto Alegre -, recebemos a garantia do Secretário Adjunto de que em 15 dias o convênio será assinado. Nós reivindicamos que fosse ampliado o tempo de convênio para quatro ou cinco anos, que houvesse uma revisão na tabela dos honorários pagos e também que, quando o Hospital Porto Alegre não tiver leito, quando tiver de transferir - é obrigada a transferência para outro hospital -, que ele seja ressarcido em relação a essa diária. Por exemplo, há situações em que o Hospital transfere para o Hospital Mãe de Deus, paga 100 reais pela diária, e a Prefeitura, depois, faz um ressarcimento de 23 reais. Então, que o HPA seja ressarcido integralmente. Isso está em andamento.

O segundo ponto - e aqui peço a atenção dos nossos Vereadores, principalmente dos Vereadores da área médica, como Ver. Sebenelo - é em relação à dengue em Porto Alegre. Vejam bem: nós estamos na iminência de termos um surto de dengue no Município de Porto Alegre. Por que razão? Por falta de atuação dos técnicos. A Prefeitura Municipal de Porto Alegre recebeu do Governo Federal um milhão de reais para contratar 300 técnicos em nível médio, 30 técnicos em nível superior e três biólogos, totalizando 333 funcionários, contratou - atualmente está com apenas 85 -, e esses contratos vencerão a partir da próxima semana. E o Ministério da Saúde considera 1% como sendo área de risco, Porto Alegre tem uma média de 1,8%, mas chega a ter 6,8% em determinados locais. Todos os bairros e vilas de Porto Alegre têm o mosquito da dengue. Então, há a necessidade de uma ação mais ampla.

Na sexta-feira, uma pessoa vinda do Rio de Janeiro foi internada, e foi confirmado o diagnóstico de dengue no bairro Floresta. Imediatamente, esses funcionários que estão ali, que não são em número suficiente, atenderam e fizeram uma varredura de cem metros daquele ponto. Hoje eles estão ampliando para mais 600 metros, porque já há outro caso de dengue. No Rio de Janeiro e no Mato Grosso, onde há maior incidência, aumentou 200%. No Rio de Janeiro, passou de duas mil pessoas infectadas para seis mil. Então, é um alerta que está sendo feito; sinalizamos isso à Secretaria do Município, que se comprometeu de tomar as providências cabíveis. Vejam bem: final de março e início de abril é quando se tem a maior incidência de casos, porque retornam ao Estado as pessoas que saíram de férias. Por essa razão, estamos aqui prestando contas daquilo que está sendo feito pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente na sua função fiscalizadora. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Eu queria apenas registrar que estamos numa Sessão Extraordinária, porque não houve quórum na primeira Sessão regimental. Estamos numa Sessão Extraordinária, apenas isso. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen solicita Licença para Tratamento de Saúde para o dia 21 de fevereiro de 2008. O Ver. Mauro Zacher solicita Licença para Tratamento de Saúde para a data de hoje, 25 de fevereiro de 2008.

Passo a presidência dos trabalhos ao Ver. Carlos Todeschini, tendo em vista que eu e a Verª Margarete temos de fazer um atendimento na presidência de uma demanda da Casa.

 

(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Exmo Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há muito nós vivemos um grave problema na questão ambiental, em específico a qualidade da água no período de verão, por vários problemas que não saberia detalhar por ser não ser técnica, Ver. Guilherme Barbosa, que já foi Diretor do nosso querido Departamento de Água e Esgoto de Porto Alegre. Mas travamos, ano após ano, uma luta pela qualificação da água. Na região onde moro trabalhamos, há muitos anos, a questão ambiental; nessa região, justamente, situa-se a barragem da Lomba do Sabão. A barragem situa-se na área geográfica de Viamão, porém é administrada por Porto Alegre, no contexto do Parque Saint’Hilaire. O que ocorre? Há muito prevíamos, Ver. Todeschini - que também foi Diretor do DEMHAB -, o problema que estamos hoje vivenciando na barragem da Lomba do Sabão. É necessário ainda que se diga à população de Porto Alegre que essa barragem é o único manancial que pode, num curto período, fornecer água para a sobrevivência da população de Porto Alegre, caso ocorra, por uma fatalidade - tomara que nunca aconteça -, um acidente no lago Guaíba.

Qual é a denúncia que trago aqui? Hoje temos um completo abandono, Ver. Dib, da barragem da Lomba do Sabão. Se formos até o local, veremos que praticamente a metade da barragem está tomada por vegetação. É um abandono total. Sabemos que a barragem não é o único manancial que leva água à nossa região, o que seria impossível, pois hoje somos, aproximadamente, 80 mil pessoas que ali residem. Até o ano de 2000 nós tínhamos parte do fornecimento pelo DMAE, e o restante - corrijam-me os Vereadores que já foram Diretores do DMAE - era trocado, ou comprado, da Corsan. Mas, num trabalho integrado com o DMAE, nós conquistamos, e parte desse fornecimento vem de Belém, via Restinga, Pitinga e, depois, Panorama, ali havendo um entroncamento. E temos outro entroncamento, subindo a Rua Dolores Duran, depois da Parada 4 até a Parada 7, dali ramificado para uma parcela significativa daquela região. Estamos muito preocupados, Ver. Dib, pois foi constatado por técnicos, por pessoas que têm toda a qualificação para confirmar que é verídico o que estou dizendo aqui... E não é mais um problema apenas da Lomba do Pinheiro; é um problema da Cidade, é um problema do Executivo, que deve nos ajudar a resolver o problema, bem como a própria Secretaria do Meio Ambiente e o DMAE.

Nós formamos uma Comissão Pró-Barragem da Lomba do Sabão e vamos marcar uma manifestação, fazer uma reunião com o DMAE e com a SMAM para tomarmos as medidas cabíveis, porque não é qualquer coisa que se está trazendo para esta Casa, Ver. Carlos Todeschini; é grave. Assim como nós temos o problema hoje do abandono do viveiro, mas não é isso que me traz à tribuna neste momento. Imaginem as conseqüências que estamos sofrendo em relação à qualidade da água que bebemos na nossa Cidade, em relação a essa questão da barragem da Lomba do Sabão.

Então, a barragem da Lomba do Sabão, situada na Lomba do Pinheiro, pede socorro. Estamos fazendo todos os movimentos necessários nesse sentido, mas não queremos gestionar isso sozinhos; acho que esta Casa, o Executivo e a cidade de Porto Alegre têm essa responsabilidade. Ver. Carlos Todeschini, nós conseguimos, através da temática, na época organizada pela Frente Popular, 11 quilômetros de canalização, separando o esgoto pluvial e o cloacal, e hoje cai, in natura, dentro do arroio Taquara, porque, dos seis braços que formam a barragem da Lomba do Sabão, ele é o maior poluente, cai todo, in natura, vai direto para a barragem da Lomba do Sabão. Quer dizer, temos consciência de qual é o problema, e estamos pedindo socorro, estamos com problemas, e Porto Alegre também, no sentido do saneamento básico, da qualidade de vida e da água da nossa Cidade. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na quinta-feira passada eu ocupei a Liderança para falar de uma das coisas estranhas que acontecem neste País, que são as organizações não-governamentais. Estranhas porque, apesar de não-governamentais, funcionam todas elas - todas não, quase todas - com verbas governamentais, e aí eu não sei o porquê do título “não-governamental”. Pretendo continuar esse assunto através de um editorial, de sábado, do jornal Folha de São Paulo, que chama de “convênioduto” a hemorragia financeira que acontece, grosseiramente, através de grupos, por exemplo, Mulher Maravilha, de Pernambuco; Associação São Vicente de Paula, da cidade de Catanduva; todas elas organizações não-governamentais ligadas ao Partido Democrático Trabalhista. O Ministério firmou o convênio com trinta entidades, e, do total, 12 organizações ligadas ao Partido do Ministro Lupi receberam 70 milhões, quase a metade das verbas para essa finalidade. A reportagem do jornal Folha de São Paulo revelou que o Ministério do Trabalho pretendia destinar aos programas gastos quase 100% maiores do que os do Governo Estadual para realizar o mesmo serviço, isto é, o mesmo serviço de ensino e de aprendizado para aprendizes do trabalho seria pago em dobro.

Aí, então, se começa por essa pequena ponta de iceberg, demonstrando essa voracidade em relação ao dinheiro público, especialmente das organizações não-governamentais, que estão precisando de um canetaço do Governo, do Presidente Lula, no sentido de proibir a distribuição de dinheiro por órgãos não-governamentais, mesmo que sejam qualificados e catalogados, mas que não tenham tido a reciprocidade e a obrigação cumpridas, de dar satisfação do dinheiro, de sua aplicação, ou, pelo menos, a honestidade de sua aplicação. Pois é esta a necessidade que temos de um... É proibida a distribuição de verbas do Governo para as ONGs, para as OSCIPs ou para qualquer outro tipo de entidade que não seja governamental, por quê? A resposta está diariamente nos jornais: quase 100% dessa verba é distribuída apenas para os apaniguados, para os amigos, para um clube de amigos, para aqueles que são do Partido, fazendo com que seja muito mais importante premiar por outros critérios que não o da competência: para os amigos, tudo; para os inimigos, os rigores da lei, assim mesmo muito mal interpretados.

É exatamente isso que estamos vivendo. Este é o segundo discurso que faço sobre as organizações não-governamentais e vou insistir até o Presidente Lula fazer o que fez, por exemplo, com a venda de bebidas alcoólicas ao longo das estradas: num canetaço só, num decreto presidencial, proibiu; que se proíba agora também a farta distribuição de dinheiro pelas organizações não-governamentais, em geral vivendo paradoxalmente ao dinheiro do Governo, em geral sem dar nenhuma satisfação, ou dando satisfações absolutamente mentirosas. Não se admite mais, em um País que precisa racionalizar suas verbas, esse tipo de hemorragia financeira, que já está se tornando cada vez mais incoercível. Uma canetada, Sr. Presidente Lula!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Todeschini; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, telespectadores que, em suas residências, em seus trabalhos, estão sintonizados no Canal 16 da TVCâmara, venho a esta tribuna comunicar que para este Vereador teria sido uma grande honra assumir - no caso, se fôssemos adiante nesse projeto - a 1ª Vice-Presidência desta Casa. Isso em função das mudanças políticas que aconteceram nas últimas semanas no Rio Grande do Sul: o Secretário Busatto, da Governança da Prefeitura, assumindo a Casa Civil, e a Verª Clênia Maranhão, que fez um excelente trabalho como Líder do Governo nesta Casa, assumindo a Governança na Prefeitura. Na seqüência natural, já havia sido acordado entre as Lideranças que este Vereador deveria assumir como 1º Vice-Presidente desta Casa. No entanto, tomei a iniciativa - e isto não foi pedido por nenhum Partido, nem pelo nosso Partido - desta decisão. Foi uma decisão que este Vereador tomou por si mesmo. Seria uma grande honra assumir a 1ª Vice-Presidência, porque esta Casa é uma Casa de expressão, é a Casa Legislativa da Capital, seria uma grande honra assumir inclusive a própria presidência dos trabalhos, o que é muito comum acontecer diante do excesso de trabalhos que chegam; às vezes o Presidente não dá conta de todos os trabalhos, tendo que se socorrer do 1º Vice-Presidente, do 1º Secretário e assim por diante.

Mas este Vereador achou por bem ter na sua trajetória política - até porque não estou há tanto tempo no Parlamento - primeiro uma outra experiência. Sei que é um cargo que, de certa forma, é muito cobiçado no sentido de ser uma honra para quem o assume, para quem faz parte da Mesa, diante de uma cidade como Porto Alegre, mas este Vereador, mesmo assim, optou por abrir mão da 1ª Vice-Presidência desta Casa e assumir - o que deverá acontecer nos próximos momentos, na seqüência dos trabalhos desta Casa - a presidência da CEFOR, a Comissão de Finanças, Economia e do Mercosul. Devo assumir a presidência da Comissão, o que para mim vai ser uma honra muito grande. Foi feito todo um acordo, e sabemos que o Ver. Sebenelo, nosso grande amigo do PSDB, vai dar tudo de si, a sua experiência, o seu conhecimento para Porto Alegre através da 1ª Vice-Presidência desta Casa. Essa é uma experiência que, acredito, faltava no currículo do nosso amigo Ver. Sebenelo, tenho certeza de que ele fará um grande trabalho, dando a sua contribuição para a Mesa, para a presidência desta Casa, Ver. Sebastião Melo, que está fazendo um excelente trabalho, uma revolução. Cada Presidente, ao longo dos anos, soma-se às mudanças, fazendo alterações para melhor. Tenho certeza de que o nosso atual Presidente, o Ver. Sebastião Melo, fará um grande trabalho, e já o está fazendo, já estamos sentindo as mudanças para melhor. Acredito que o Ver. Sebenelo vai poder dar uma grande contribuição, é um médico dedicado, é um Parlamentar muito sensível a todas as causas voltadas à sociedade, especialmente às pessoas mais carentes, até porque é um médico e tem muita sensibilidade, trabalha com a vida, com a dor, com a doença. Tenho certeza de que o Ver. Sebenelo vai dar uma grande contribuição. Este Vereador se sente muito honrado em abrir mão dessa posição para o nosso amigo, colega, companheiro, Ver. Sebenelo. Um abraço, sucesso nessa missão, Ver. Sebenelo, e reze para que também possamos fazer um grande trabalho e substituí-lo à altura na Comissão, na presidência da CEFOR. Receba o nosso muito-obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo Sr. Presidente desta Casa, M.D. Ver. Sebastião Melo; nobres colegas Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste, usando o direito regulamentar desta Casa, a Liderança do Democratas, eu queria falar de um assunto, mas aqueles que me precederam nesta tribuna fizeram com que eu optasse por um outro comentário. Falou-se aqui na propagação da dengue, inclusive na nossa Porto Alegre, e quero dizer que, na semana passada, me surpreendi no bairro Menino Deus: o pessoal tocava as campainhas dos condomínios para fiscalizar e ver se havia risco de contaminação e alastramento da dengue no bairro.

O Ver. Claudio Sebenelo falou das nossas ONGs. E há uma CPI lá muito devagar. São 12 bilhões de reais não-fiscalizados em mãos de ONGs, sem prestação de contas, sem nada. Gente, que País é este em que o Erário parece que não pertence a ninguém? Aí nós temos os cartões corporativos, e até a oposição diz que ele é um bom mecanismo. Eu acredito que tanto as ONGs, as OSCIPs, quanto o cartão corporativo são instrumentos que poderiam, e muito, ajudar a administração deste País. Mas, gente, no contexto atual, acho que não existe outra solução senão acabarmos com o uso desse cartão corporativo, por melhor que ele pareça. O problema é aqueles que estão usando o cartão corporativo, sacando dinheiro vivo, pessoas que usam o cartão no Sul, e ele é descontado no Norte do País. Ele está voando, está viajando mais. Se tivesse horas de vôo, talvez estivesse viajando mais do que as pessoas que detêm esse cartão.

Eu só imagino, se for feita uma CPI como tem que ser feita, com a participação da minoria - porque a CPI é uma arma da minoria do Congresso Nacional-, o que vamos descobrir atrás do uso, que dizem que é maravilhoso, desse cartão corporativo. Isso faz com que a gente se sinta entristecido, pois um País maravilhoso como o nosso, um País que não tem terremotos, com um povo pacífico, uma raça caminhando para a miscigenação pacífica, maravilhosa... Só que não podemos criar certos artifícios que facilitem o uso e o abuso do dinheiro do Poder Público, do dinheiro do contribuinte. É dinheiro do trabalhador brasileiro, esse cartão corporativo veio trazer mais uma marca indelével, inapagável, que haverá de manchar a nossa geração, como foi o “mensalão”, e todo dia, ao abrirmos o jornal e ao ligarmos a televisão, vemos e ouvimos barbaridades que fazem com a ética e com a moral desta Nação maravilhosa, deste povo maravilhoso.

Eu venho fazer um apelo a todos nós, legisladores, no sentido de fiscalizarmos mais, de continuarmos na luta, pois de nada nos adianta um País rico se não tivermos um povo ético, se não pudermos acreditar em leis para combater a impunidade, em função da qual todo mundo faz o que quer, usa o que quer, faz o que bem entende. Pegam o dinheiro público, brincam com ele e depois dizem: “Não, eu vou devolvê-lo”, como se isso apagasse a pena, como se o que fizeram fosse certo, como se esse ato viesse a minorar o erro do uso indevido de um cheque em branco nas mãos de pessoas... Muitas são responsáveis, sim, mas, do jeito que nós estamos nessa corrupção, nessa falta de vergonha nacional, não podemos sequer ter a ousadia de conceder esse direito às pessoas que hoje estão no Poder usando e abusando do direito que elas acham que têm. Cabe a nós, oposicionistas, a tarefa difícil, nesta fase histórica do Brasil, de resistirmos, e vamos resistir, nem que sejamos os últimos e os únicos. Pela ética, pela moral, pela verdade e pela lei, nós não esmoreceremos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, inicialmente gostaria de saudar o Ver. DJ Cassiá pelo retorno; após o sepultamento de sua mãe, hoje ele se encontra novamente conosco. Queremos dizer que estamos aqui para auxiliá-lo em tudo o que for necessário.

Gostaria de registrar nesta tarde uma operação da Polícia Civil na cidade de Porto Alegre. A população da nossa Capital vem sofrendo, há muitos anos, com os pedintes nas sinaleiras e vem sofrendo também com os falsos moradores de rua. Eu digo “falsos moradores de rua”, porque, senhoras e senhores, nós temos nas ruas de Porto Alegre algumas pessoas que são necessitadas, que necessitam do amparo da Prefeitura, assim como temos, no meio desses moradores de rua, os malandros, pessoas que se aproveitam da situação para se esconder e para fazer distribuição de drogas também - malandros! Malandros que se escondem no meio da população de rua da nossa Capital. E não estão apenas circulando pelo Centro, temos também - e tenho batido muito nessa tecla aqui na tribuna - muitos pedintes nas sinaleiras, pessoas que cometem crime de constrangimento nas sinaleiras, pessoas que ficam ameaçando nas sinaleiras, alguns deles conseguem levantar um ótimo rendimento no final do mês! E isso não é apenas um problema de Assistência Social, está envolvido nisso aí o problema de Segurança! E se caracteriza fortemente na nossa Capital e se confirmou na ação que a Polícia Civil fez aqui em Porto Alegre!

Eu já trouxe ao conhecimento dos senhores uma ação que está sendo executada na cidade de Uberlândia. Lá, o Ministério Público, a Polícia Militar e a Prefeitura firmaram uma parceria e descobriram, senhoras e senhores, que apenas 10% das pessoas que estão nas sinaleiras e nas ruas necessitam do auxílio da Prefeitura. O restante é malandro! O restante não quer ter compromisso, não quer trabalhar e comete crime! Porque isso é crime de vadiagem! Saiu uma matéria no jornal Zero Hora de sábado registrando a ação da Polícia Civil nas sinaleiras, nas esquinas de Porto Alegre. E eu gostaria, então, de fazer a leitura da matéria neste momento (Lê.): “Polícia aborda pedintes em vias da Capital. Uma operação da Polícia Civil identificou ontem quem está pedindo esmola a motoristas e pedestres em algum dos principais cruzamentos da Capital. Cerca de doze policiais da 1ª Delegacia de Pronto-Atendimento pediram documentos, verificaram os antecedentes criminais e tiraram fotos das pessoas abordadas. ‘É possível que encontremos foragidos da Justiça e crianças sendo exploradas nesses locais de grande movimento.’”

Senhoras e senhores, foi encontrado, realmente, um foragido pedindo nas sinaleiras! Quero aproveitar esse fato, essa ação da Polícia Civil, para pedir, mais uma vez, às Comissões e aos nobres colegas que possamos aprovar o Requerimento de minha autoria que propõe a formação de uma Comissão Especial para tratar o tema “moradores de rua”. Essa Comissão é importante para podermos classificar quem realmente necessita do atendimento da Prefeitura e quem é malandro e está tentando se aproveitar da situação, constrangendo o cidadão, numa falsa idéia do direito de ir e vir. Quem atrapalha os outros, quem constrange os outros não tem direito de ir e vir, porque está constrangendo as pessoas e precisa ser punido, porque isso é crime. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde, Sr. Presidente Sebastião Melo, colegas Vereadores e Vereadoras e demais pessoas que nos acompanham. Neste final de semana o meio político gaúcho ficou, de certa maneira, surpreso com a entrevista do Deputado Federal Nelson Proença. Ele “baixou uma lenha forte” tanto em relação à Governadora - não exatamente à pessoa da Governadora, mas ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul - quanto ao Prefeito José Fogaça. Disse o Deputado que uma marca do Prefeito José Fogaça é a lentidão. Os colegas devem lembrar que, no ano passado, fiz uma imagem da Administração Municipal e a trouxe aqui algumas vezes, exatamente porque percebia essa característica da Administração José Fogaça. Eu trouxe aqui uma tartaruga e dizia que a velocidade da Administração José Fogaça é a velocidade de uma tartaruga manca! Pois bem, uma pessoa de esquerda, como eu, e uma pessoa de direita, como o Deputado Nelson Proença, têm exatamente a mesma visão: o Prefeito e sua equipe são muito lentos.

Lembram os colegas que no começo do ano passado nós aprovamos um financiamento para o Programa RELUZ. Pois bem, o Programa foi lançado um ano depois. E também havia dito nesta tribuna que esperava respostas - e não vieram até hoje - ao Pedido de Informações que havia feito. Solicitei que a SMOV dissesse onde estavam sendo feitos os projetos para o Programa RELUZ, porque eu tinha a informação de que os projetos estavam sendo realizados na Secretaria de Gestão e que, além do RELUZ, propriamente dito, havia uma outra intenção, Ver. Todeschini, que era passar a administração da iluminação pública de Porto Alegre para a iniciativa privada. Mas eu não afirmei porque queria ter informações.

Pois, hoje de manhã, já está na Internet, nos canais de informação, vimos que foi lançado o Programa Porto Alegre + Luz no Gabinete da SMOV. (Lê.) “O Prefeito José Fogaça e o Secretário Municipal de Obras e Viação, Maurício Dziedricki, anunciarão ainda a abertura de concorrência pública para contratação de empresa especializada que realizará manutenção e gestão informatizada da iluminação pública de Porto Alegre”. E este Governo Municipal é veloz ao passar espaços e trabalho público para a iniciativa privada! Aqui há mais dois ex-Secretários da SMOV, além deste humilde Vereador: sempre a SMOV realizou esse trabalho, tem quadro qualificado, tem gente qualificada para essa tarefa! Pois bem, pretende o Sr. Prefeito Fogaça passar “de mãos beijadas” um trabalho importante como esse para outros, trabalho que a Cidade, através da SMOV, através da Divisão de Iluminação Pública, sempre fez!

Mais uma privatização: o DMLU está cada vez mais privatizado! Há bastante tempo ele não realiza mais 100% do trabalho, é enorme a privatização do DMLU neste momento. Agora, vai passar também a iluminação pública? Repito: a SMOV sempre fez esse trabalho, através do DIP, tem um quadro de alta qualidade, funcionários que permanecem ao longo de vários Governos! Gente do quadro, gente concursada! Pois aquilo que eu levantei como suspeita está se concretizando: o Sr. Prefeito Fogaça quer privatizar, passar para os seus amiguinhos, com certeza, a privatização da iluminação pública. A SMOV também não me deu resposta sobre outro dado: não houve licitação para manutenção da iluminação pública de Porto Alegre! São vários milhões de reais sem qualquer justificativa! O seu Secretário - e alguns não gostam que eu o chame de Secretário Mauricinho - e o seu Prefeito entregaram “de mãos beijadas” para os seus amigos. Agora eu estou, sim, dizendo: tem muita história, tem muita coisa “debaixo desse pirão”, e nós vamos atrás! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Mesa declara empossados os Vereadores DJ Cássia Gomes, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, em substituição ao Ver. Dr. Goulart, do dia de hoje ao dia vinte e nove de fevereiro do corrente; e Alex da Banca, que integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esporte, em substituição ao Ver. Mauro Zacher, na data de 25 de fevereiro de 2008.

Apregôo a Licença Luto do Ver. DJ Cassiá para o dia 21 de fevereiro de 2008.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar quero cumprimentar a Verª Neuza Canabarro pela visita que hoje fez, com a Comissão de Saúde, à Secretaria de Saúde, especificamente para trabalhar em cima de um tema que é da competência da Comissão de Saúde: saúde dos municipários, do Hospital dos municipários, problemas com o convênio entre a Prefeitura e os municipários. Assim é que deve ser tratado o problema. Por isso, vou relembrar a história do americano cheio de problemas que procurou um guru na Índia que resolvia todos os problemas. No dia que ele chegou lá, sempre estressado, atarefado, chegou antes de todos para ser atendido, mas não quis ser atendido em primeiro lugar, esperou 200 pessoas serem atendidas. Quando não havia mais ninguém, ele foi atendido e, antes de colocar o seu problema, perguntou ao guru: “Mestre, eu tive a impressão de que o senhor disse para todas as pessoas a mesma coisa, e todos saíram felizes. O que o senhor disse?” E o guru respondeu: “Eu disse para todas a mesma coisa: simplifica meu filho, simplifica.”

Hoje nós temos uma Câmara com 36 Vereadores, quando eu entrei havia 21 Vereadores e três Comissões: Comissão de Justiça, Comissão de Serviços Municipais e Comissão de Finanças, e elas resolviam todos os problemas da Cidade, era simplificado. Agora nós temos seis Comissões, e estão querendo até criar mais, mas há seis. Nós temos um Regimento Interno que explicita quais as atribuições de cada uma das Comissões, e eu queria recomendar aos presidentes das Comissões que lessem as atribuições da Comissão para que possamos simplificar, como mandou o guru. Às vezes, eu vejo Comissões tomando iniciativas que não lhes competem, iniciativas que não competem nem à Casa às vezes. O fato de estar numa Comissão não faz com que a Comissão realize reuniões para ouvir problemas que não tem a Câmara competência nenhuma de fazer interferência. Eu gostaria que cada Presidente de Comissão lesse os artigos 36, 37, 38, 39, 40 e 41.

Na realidade, era esse o assunto que eu queria tratar, mas ouvi com atenção o Ver. Guilherme Barbosa e, como vi que ele ficou um tanto quanto irritado, incisivo, devo dizer que acho que não há privatização na Prefeitura, não; acho que nós sempre tivemos, na Secretaria Municipal de Obras e Viação, serviço terceirizado, sempre. Eu, como Secretário Municipal de Obras e Viação, tive serviço terceirizado. Penso que não é da forma como o Vereador está querendo colocar e colocou, da maneira que ele entendeu, ele não o fez por má-fé. Eu, por enquanto, quero dizer que houve serviço terceirizado. E a terceirização da tal de Administração Popular foi algo de escandaloso. Porque, no momento em que fui Prefeito da Cidade, a Câmara votou um Projeto de Lei proibindo a terceirização na Prefeitura. Eu, Prefeito, sancionei o Projeto de Lei. Não terceirizei nada. Hoje, em primeiro dia de Pauta, temos um Projeto de Lei do Prefeito extinguindo a função de Gari; esse serviço foi terceirizado pelo Partido dos Trabalhadores quando não era permitido fazer terceirização. Depois, muitos anos depois, nos cinco, seis últimos anos da Administração do PT, é que mandaram um Projeto de Lei revogando, derrogando a lei que proibia a terceirização.

Portanto, não conhecendo os detalhes do Programa RELUZ, que a Prefeitura vai fazer agora, as alterações que vai fazer, já que não podia ter feito antes porque estava devendo, estava tudo complicado com a CEEE, nós devemos acompanhar de perto, sim, e aí, talvez, o Ver. Guilherme Barbosa esteja com a razão. No momento, eu não me anteciparia com uma simples notícia lida na internet. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, conforme anunciado no início desta Sessão Extraordinária, por disposição regimental, tendo havido vacância da 1ª Vice-Presidência da Casa, com o pedido de Licença para a Secretaria de Governança Local e afastamento da Mesa, compete à Sessão de hoje o procedimento da eleição do 1º Vice-Presidente da Casa. Pergunto aos Srs. Vereadores se há algum encaminhamento à candidatura.

 

 O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há um entendimento na Casa, inclusive este diálogo é salutar, e restou uma solução que nós consideramos absolutamente coerente. Por isso, tenho a satisfação de indicar para candidato a 1º Vice-Presidente da Casa o ilustre Ver. Claudio Sebenelo.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Tendo havido a indicação, em votação nominal a indicação do Ver. Claudio Sebenelo para ocupar o cargo de 1º Vice-Presidente da Casa. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Por 27 votos SIM, está eleito como 1º Vice-Presidente da Casa o Ver. Claudio Sebenelo. (Palmas.)

Em face da eleição do Ver. Claudio Sebenelo para a 1ª Vice-Presidência desta Casa, teremos alteração na composição das Comissões Permanentes CEFOR e COSMAM. O Ver. Elias Vidal assumirá a vaga do Ver. Claudio Sebenelo na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, a CEFOR, e o Ver. Claudio Sebenelo passará a integrar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a COSMAM, na vaga então ocupada pelo Ver. Elias Vidal. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. (Palmas.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito Tempo Especial, sendo esta uma ocasião especial.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Prontamente deferido, a tribuna está à disposição de Vossa Excelência.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é evidente que às vezes formulamos conceitos desta tribuna comprometidos pela emoção, e emoção é algo muito bom, algo que nos diferencia daqueles que não têm emoção. Eu gostaria de agradecer a esta Casa pela mais alta consideração que teve ao me indicar para ocupar um cargo tão importante. É muito importante esse cargo de 1º Vice-Presidente, Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, a quem já antecipadamente agradeço toda a consideração e toda a forma como apoiou esse trabalho. Na verdade, a responsabilidade aumenta muito mais quando substituímos aqui a Verª Clênia Maranhão. Pela sua bravura, pela sua dignidade, pela sua postura, pela aura de vencedora que sempre transportou nesta Casa durante todo o seu tempo de trabalho, a Verª Clênia Maranhão é hoje, indiscutivelmente, credora das maiores benfeitorias que produziu nesta Cidade como Vereadora. Não tenho dúvida de que, se há uma profunda necessidade neste País de que o político seja modelo, a Verª Clênia Maranhão foi um modelo perfeito para esta Casa. Por isso, quero registrar o meu profundo agradecimento a ela.

Queria também, no rol dos agradecimentos, falar da compreensão, da retidão e principalmente da dignidade do Ver. Elias Vidal nesse episódio, ele é, além de um excelente Vereador, uma das grandes revelações da Casa. Não tenham dúvidas de que nós precisamos exatamente de políticos como o Ver. Elias Vidal. Por isso, Vereador, eu quero lhe agradecer - e lhe devo profundamente não só esta distinção - pela sua boa vontade, compreensão e pela forma íntegra com que V. Exª agiu nesse episódio. E o Ver. Nedel foi também, indiscutivelmente... Neste momento, com a sua ajuda e com a ajuda do Ver. Professor Garcia, que costurou longamente esse projeto até a chegada deste Vereador à Vice-Presidência da Casa, nós temos a minha posse. Esta posse se dá, Ver. Dib, com todo o carinho e com o reconhecimento de uma Casa que tem que ser plural, que tem que ter divergência, que tem que ter, muitas vezes, até o choque entre pessoas, mas no final devem brilhar a amizade, o respeito e principalmente a consideração por pessoas que dedicaram a sua vida à população de Porto Alegre acima de qualquer outro interesse.

Em seu nome, eu queria abraçar cada um dos Vereadores que aqui tiveram a delicadeza, a gentileza e a fidalguia de votar neste Vereador não para o cargo mais importante, mas para um dos mais importantes da Casa. Eu tenho pleno conhecimento da sua importância, da sua responsabilidade, mas principalmente da necessidade de melhora das relações entre os políticos e a sociedade. E a melhora dessa relação passa também por uma Mesa que tem uma responsabilidade imensa daqui por diante, não com uma atitude falsamente moralista ou falsamente farisaica, não, com uma atitude que, indiscutivelmente, passe a ser um dos orgulhos da Cidade, que esta Câmara Municipal aspira ser.

 

O Sr. Luiz Braz : V. Exª permite uma aparte? (Assentimento do orador.) É com muito orgulho que nós, da Bancada do PSDB, queremos cumprimentar Vossa Excelência. Sabemos da sua competência, da sua capacidade e sabemos que V. Exª tem muito para dar em prol de uma Mesa que cada vez está fazendo um trabalho melhor. Com o seu trabalho competente, Ver. Claudio Sebenelo, tenho certeza de que V. Exª vem agregar muita qualidade ao trabalho que a Mesa já realiza.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito obrigado, para mim é mais uma honra.

Então, agradeço a todos os Vereadores e quero dizer que neste Tempo Especial tem também toda a emoção da posse, mas, principalmente, o sentimento da responsabilidade de assumir este cargo em uma Casa maravilhosa, que é um Parlamento, em um País que precisa de um Parlamento, que precisa do debate, que precisa do pensamento. Essa talvez é a nossa grande meta, a meta do Ver. Sebastião Melo, a quem já adianto: Vereador, estamos juntos! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Dando prosseguimento ao acordo de Lideranças, convido o Ver. João Carlos Nedel, Presidente da Comissão de Justiça, para analisar o Parecer Conjunto da Comissão de Constituição e Justiça, da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação e da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Parecer que autoriza o Poder Executivo a contratar com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID, operação de crédito externo com garantia da União no valor-limite equivalente a 83 milhões e 270 mil dólares dos Estados Unidos da América para financiamento de obras e recursos de urbanização, saneamento, drenagem urbana, gestão ambiental do Programa Integral Socioambiental - PISA - e dá outras providências.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h52min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 16h43min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, venho dar algumas respostas ao questionamento feito pelo Ver. Guilherme Barbosa a respeito da privatização da SMOV. Gostaria inclusive que, no dia de amanhã, o Vereador acompanhasse a publicação do Edital relativo à questão do Programa RELUZ. Vamos fazer, primeiramente, um retrospecto histórico da questão do RELUZ, que foi aprovado em 2001, na época do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, e, depois, por uma decisão da Câmara dos Deputados, em Brasília, cada Município teve que fazer as alterações, e esta Casa o fez criando a Taxa de Iluminação Pública, matéria bastante polêmica, por sinal, na época. Naquela época, o Município de Porto Alegre devia 170 milhões ao Estado. Hoje, quero salientar que essa dívida, nesse curto espaço de três anos, é de 49 milhões de reais.

O Município, com a implantação do Programa RELUZ, também precisava contrair dívida externa, e não o fez, a mesma semelhança do PISA, ou seja, não tinha condições de contrair dívida externa em função do déficit primário de 2002, 2003, 2004, o Orçamento do Município de Porto Alegre estava negativo, ou seja, tinha débito. Com o superávit em 2005, 2006 e 2007, foi possível contrair empréstimos internacionais, e é isso que se está fazendo.

Então, primeiramente, Porto Alegre tem 80 mil pontos de luz, 60 mil pontos de luz são terceirizados há mais de 12 anos, inclusive fui verificar quem era, há 12 anos, o Secretário de Obras, e, coincidentemente, foi o Ver. Guilherme Barbosa. Então, acho que o Vereador tem que vir aqui para explicar por quê. Ele não está aqui, mas certamente terá acesso à fala para explicar o que houve naquela oportunidade em função disso, ou seja, quem está privatizando? É algo que já fazia parte. E a questão é a seguinte: o DMAE tem terceirizado, o DEP tem terceirizado, a SMOV tem terceirizado, e o DMLU tem terceirizado. Então, vamos ter cuidado com isso. Na realidade, Porto Alegre estará ganhando com a publicação desse Edital. Haverá a troca da iluminação, que hoje é de mercúrio, vai passar para lâmpada de sódio, com qualidade maior e uma economia de 35%. Nós vamos ter uma luminosidade maior com 35% de economia.

Quero também dizer que a Divisão de Iluminação Pública vai continuar com todas as suas atribuições, vai continuar com as suas atividades afins, vai fiscalizar essas terceirizadas e ver se o trabalho está sendo eficaz, vai cuidar de uma das grandes coisas que infelizmente ocorre no Município de Porto Alegre que é a questão do vandalismo, pois, a cada dia que passa, são colocadas três, quatro lâmpadas, e uma é quebrada. Isso acontece, nós temos ainda que evoluir. Então, eu só vejo como ponto positivo.

Amanhã vai ser publicado o Edital, mas volto a dizer que há mais de 12 anos existe a terceirização de uma parte da iluminação pública de Porto Alegre. Eu gostaria que aqueles que disseram que o Fogaça está privatizando voltassem aqui e me desmentissem, dizendo que não é algo que está acontecendo hoje, não é. Acho que é importante fazer esse esclarecimento, porque, senão, muitas vezes, as coisas são levantadas, e, se não há o contraditório, a coisa não é vista. Na realidade, eu trouxe os dados não só aos Vereadores da oposição, mas à totalidade dos Vereadores, para que possamos, sim, ter os subsídios, fazer o contraponto e dizer que esse Programa vai favorecer Porto Alegre, pois trará uma iluminação de maior qualidade com 35% de economia. Quem lucra com isso? A população no seu todo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, eu gostaria de comunicar ao Plenário e também a V. Exª que protocolei, no dia de hoje, nesta Câmara, o Projeto de Lei do Legislativo nº 030/08 que prorroga, no âmbito do Município de Porto Alegre, o prazo de Licença Maternidade das servidores públicas municipais, segundo Lei Federal, Projeto da Senadora Patrícia Saboya. Gostaria de lhe entregar a cópia.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregôo Requerimento de autoria do Ver. Alex da Banca, cujo teor é o seguinte (Lê.): “O Vereador que subscreve comunica sua desfiliação do Partido Democrático Trabalhista, PDT, e sua filiação ao Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB. Sala das Sessões, 25 de fevereiro de 2008. Ver. Alex da Banca”.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3910/06 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que estabelece critérios para formação de fila de espera pelo atendimento em todos os prestadores de serviços de saúde, assistência e previdência em Porto Alegre.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 20-02-08;

- adiada a discussão por 2 Sessões.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto;

- Trigésimo dia: 21-02-08 (quinta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 169/06, com Veto Total.

Solicito ao 1º Vice-Presidente, Ver. Claudio Sebenelo, que assuma a presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 169/06, com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, era de se esperar, não é mesmo? Era de se esperar... O Prefeito Municipal, infelizmente, mais uma vez, não está sensibilizado com aqueles cidadãos e cidadãs de baixa renda que procuram atendimento pelo SUS, que ficam madrugada adentro esperando ao lado do posto de saúde para poderem marcar uma consulta no dia seguinte. Esses cidadãos, que enfrentam o frio, o calor, a noite sem segurança, poderiam ter agora a oportunidade de serem conduzidos ao interior da unidade de saúde, porque as unidades, na sua grande maioria, têm segurança e espaço para, no mínimo, dez pessoas ficarem sentadas. Seria muito fácil: as pessoas, conforme fossem chegando, receberiam uma ficha, uma senha e, no dia seguinte, quando abrisse o posto de saúde, a unidade de saúde, o PSF de saúde, receberiam ali a determinação para a especialidade que procuram. Este Projeto de Lei, Ver. João Antonio Dib, estabelece critérios para que os cidadãos e cidadãs sejam acolhidos no interior dessas unidades de saúde para poderem ser atendidos na sua demanda.

A população de baixa renda, na sua maioria, não possui plano de saúde, então busca atendimento médico pelo SUS; na verdade, ela está ali dia e noite, inverno e verão, buscando o que lhe é de direito, mas, infelizmente, tem de madrugar para conseguir as consultas que são marcadas nas unidades de saúde, e são disponibilizadas cerca de oito ou dez fichas por dia. Em muitas unidades de saúde, conforme constatamos, Presidenta da Comissão de Saúde, Verª Neuza Canabarro, por falta de profissionais, hoje não é atendido nem esse número pífio de oito a dez consultas por dia. Por exemplo, a unidade de saúde que funciona na Conceição, Unidade da Pequena Casa da Criança, deveria ter três médicos clínicos, mas possui um; deveria ter três pediatras, possui um; deveria ter três ginecologistas, possui um; deveria ter cinco técnicos de enfermagem, mas possui dois.

Não tem como dizer - e o Governo disse muitas vezes que a Saúde é prioridade - que, de fato, o Governo priorizou a Saúde no Município de Porto Alegre. Isso é uma mentira descarada que a população não pode aceitar, e, agora, demonstra claramente: há um Veto a um Projeto de acolhimento do cidadão e da cidadã, para não ficarem na chuva, para não ficarem desprotegidos, ou até mesmo para evitar a venda de fichas de consulta, porque em muitos postos até isso acontece. É testemunha aqui o próprio Presidente da Câmara, o Ver. Sebastião Melo, que, no ano passado, ou, se não me engano, no ano retrasado, foi Presidente da Comissão de Saúde e verificou pessoalmente isso. Mas agora o Governo veta um Projeto de inclusão social, um Projeto que possibilitaria aos cidadãos e às cidadãs o direito constitucional de serem bem recebidos, ou, no mínimo, de terem um pouco de dignidade, de poderem ser recebidos numa unidade de saúde com uma certa proteção e acolhimento. Infelizmente este Projeto de Lei foi vetado pelo Prefeito Municipal, José Fogaça, mais uma vez a sua equipe está insensível à realidade da nossa Cidade, portanto merece o nosso repúdio e a nossa indignação; o nosso repúdio e indignação! Por não conhecerem a realidade da Cidade, por não conhecerem a realidade das comunidades, eles se posicionam contrários a essa realidade.

Eu solicito encarecidamente aos colegas Vereadores que derrubemos o Veto, porque não é justo que a população de baixa renda, que procura, de fato, atendimento pelo SUS, mais uma vez seja excluída da possibilidade de ser acolhida melhor na unidade de saúde. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em votação nominal o PLL nº 169/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto e mantido o Veto, por 15 votos NÃO e 10 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2373/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que proíbe, no Município de Porto Alegre, a utilização de capacete pelo condutor e pelo passageiro de motocicletas, quando do ingresso e permanência nos estabelecimentos públicos e privados e quando a motocicleta se encontrar estacionada, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mario Fraga: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relatora Verª Maria Luiza: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 18-02-08;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o PLL nº 072/07. (Pausa.) O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL nº 072/07

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo Sr. Ver. Claudio Sebenelo, tenho o prazer e a honra de citá-lo aqui como Presidente da nossa Sessão, uma honra muito grande de nossa parte. Nobres Vereadores, Vereadoras, o Projeto de nossa autoria que trago à apreciação dos nobres Pares surgiu da observação do dia-a-dia da nossa Cidade, das ocorrências policiais. Observando o status quo da Segurança Pública de Porto Alegre, preocupei-me. Nós trocamos idéias com diversas pessoas e chegamos à formatação deste Projeto.

Nós víamos que os motociclistas e seus caroneiros estavam usando desmesuradamente o seu capacete, alguns, logicamente - os homens que não são de bem -, para aproveitar e fazer assaltos, inquietando os trabalhadores, os donos de microempresas, dos postos de gasolina e nós. Propusemos esta lei, que obriga o motorista e o seu caroneiro, no momento em que a moto parar no estacionamento, antes de adentrar uma casa comercial, antes de buscar o seu abastecimento num posto de gasolina, a retirarem seus capacetes para facilitar, ao menos, a sua identificação perante as testemunhas que poderão presenciar, de repente, um assalto à mão armada, um roubo; presenciar, de repente, um assassinato.

Foi feita em Porto Alegre uma campanha para colocar vídeos para fotografar a população de Porto Alegre, mas, com capacete, o motociclista fica encoberto, fica escondido, protegido, dificulta a identificação perante a lei. Embora saibamos, Ver. Brasinha, que a maioria dos assaltos, a maioria dos roubos é feita de cara limpa, quase ninguém se preocupa com a vida alheia, com o que pode acontecer, pois há impunidade.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael, eu quero lhe dar os parabéns pela preocupação. A gente sabe o que vem acontecendo de assaltos, mas pergunto: esta lei é somente para os postos de gasolina, Vereador?

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Não. Eu até vou ler o art. 1º: “Fica proibida, no Município de Porto Alegre, a utilização de capacete pelo condutor e pelo passageiro de motocicletas quando do ingresso e da permanência nos estabelecimentos públicos e privados da Cidade e quando a motocicleta se encontrar estacionada.” Tem que tirar o capacete nesse caso e também antes de adentrar o posto de gasolina. Quer dizer, quando o motociclista chegar e parar para entrar em toda e qualquer casa comercial, todo e qualquer estabelecimento, público ou privado, ele tem que tirar o capacete.

Parou a moto, estacionou, ele tem que tirar o capacete. Estará sujeito à multa e à penalização; inclusive, a multa prevista está no Código de Postura, e nos estabelecimentos deve constar a placa proibindo a entrada e a permanência do motociclista com o capacete. Quer dizer, se ele adentrar uma casa comercial com o capacete, o proprietário tem o direito de adverti-lo, ele tem que tirar o capacete para poder ingressar e permanecer no estabelecimento.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael, eu concordo com a sua lei, mas, se não houver um fiscal para fiscalizar, quem fará a fiscalização, Vereador?

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Todos os agentes de segurança pública que nós temos neste Brasil têm a obrigação de fiscalizar e denunciar, como será fiscalizada toda e qualquer lei, nobre Ver. Brasinha. Não estou entendendo a insistência. O cidadão brasileiro tem obrigação de denunciar também, de manter a ordem neste País.

Sr. Presidente, este não é um Projeto do Ver. Ismael, mas da Câmara de Vereadores, com o intuito de ajudar a segurança da Cidade, com intuito de que as pessoas possam ao menos trabalhar numa livraria, trabalhar num supermercado com mais tranqüilidade, pois, se o motociclista permanecer com o capacete, é porque ele não está, certamente, querendo cumprir a lei, está mal-intencionado.

Seriam estas as colocações. Peço vênia aos nobres colegas, porque o Projeto foi aprovado em todas as Comissões por unanimidade, é um Projeto nosso, um Projeto pelo bem da Cidade. Agradeço a atenção dos senhores e conto com o apoio dos nobres colegas pelo bem da Cidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PLL nº 072/07. (Pausa.) (Após apuração nominal.) São 17 votos SIM. Não foi alcançado o quórum de 19 Vereadores.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h13min.)

 

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